COLUNISTA
Cid Lopes
Advogado, Administrador,Subprocurador Geral do DF
Professor Titular da UnB – Graduação e Mestrado – disciplinas: Teoria do Planejamento, Planejamento Governamental e Planejamento Empresarial
OPINIÃO
por Cid Lopes
28/08/2019
QUEIMADAS
Não é verdade que os desmatamentos e queimadas na Amazônia vêm aumentando mais do que nos anos anteriores. Também não é verdade que esse suposto aumento se dá em decorrência de manifestações do presidente da república relacionadas com a gestão da Amazônia. Segundo dados divulgados pelo INPE em setembro de 2017, as queimadas e desmatamentos sempre se acentuam nos meses de julho, agosto, setembro e outubro, a partir de quando começam a recuar até chegar a menos de 10.000 focos nos meses de março, abril e maio, mês em que se inicia novo ciclo de seca. Naquele ano de 2017, ocorreu o recorde de incêndios atingindo 108.000 focos. Os recordes anteriores verificaram-se em 2007 com de 95.000 focos e em 2010 com 84.000. Como se pode constatar, trata-se de um fato recorrente, que vem acontecendo há anos ou séculos e que em neste ano de 2019 não deverá ser ultrapassado. Pelo contrário, os incêndios não deverão atingir 70.000. Todavia, parte da mídia nacional e a dos países mais desenvolvidos teimam em denegrir a imagem do Brasil, por diferentes motivações. Pelo que se observa, essa parcela da imprensa brasileira assim age por razões políticas, com o objetivo de desacreditar o presidente recém empossado; enquanto que a mídia estrangeira apoia uma antiga ambição de internacionalizar a Amazônia, divulgando que o Brasil não tem capacidade para administrá-la. Como é público e notório, diversas personalidades políticas de diferentes países já manifestaram favoráveis a essa ideia. O que espanta é que as parcelas da imprensa e de políticos brasileiros contribuam, ainda que não propositadamente, para as pretensões internacionais.
A MORTE DO CACIQUE ou
A ITERNACIONALIZAÇÃO DA AMAZÔNIA
A recente morte do cacique da tribo Wajãpi provocou uma exagerada repercussão na mídia internacional e em determinada mídia nacional. Seu corpo foi encontrado em um córrego próximo a sua aldeia, por membros da tribo, que atribuíram a morte a garimpeiros que supostamente rondavam a reserva indígena. Alegaram que o corpo apresentava perfurações, o que, dias depois, corrigiram para facadas. Alguns órgãos da mídia estamparam uma foto que supostamente mostrava vestígios de garimpagem. Acionados, o Ministério Público e a Polícia Federal se deslocaram imediatamente para a região, não tendo constatado nada de irregular, nem indícios da presença de garimpeiros, nem corte de árvores ou escavações de lavra. Mesmo não havendo certeza se teria ocorrido ou não homicídio, líderes europeus, a mídia internacional e parte da mídia brasileira se apressaram em condenar o Brasil e o presidente da República como responsáveis pelo atentado aos indígenas e à preservação da floresta amazônica. Em um país em que são assassinadas 160 pessoas por dia, a grande maioria jovens das periferias das grandes cidades, é surpreendente que a morte, violenta ou não, de um cidadão comum, como o cacique, possa provocar tanto alarido. Naquela ocasião, como pairava dúvidas sobre a ocorrência de assassinato, foi promovida a exumação do corpo. Nesta sexta-feira, transcorridos 16 dias, o laudo pericial concluiu que o cacique faleceu em consequência de afogamento e que seu corpo não apresenta sinais de violência, nem corte, nem perfurações. Fica evidente que por trás dessa repercussão estaria a intenção de alguns países ricos em desmoralizar a capacidade de o Brasil administrar a Amazônia, com vistas motivar a sua futura internacionalização, o que implicaria a perda de 40% do território nacional.
OXIGÊNIO & AMAZÔNIA
Ao contrário do que afirmou o presidente da França, o oxigênio produzido pela floresta Amazônica só chega à Europa se for ensacado. A Amazônia não produz 20% do oxigênio do planeta. A soma do oxigênio produzido por todas as florestas do mundo representa 25% da geração mundial, dos quais 5% são produzidos pela Amazônia. Os líderes dos países mais ricos usam a defesa do meio ambiente como argumento para impedir de o Brasil de expandir o seu agronegócio e, consequentemente, dominar o mercado internacional de alimentos. Tentam, assim, proteger a agricultura de seus países da concorrência do agronegócio do Brasil, pois o produto brasileiro chega na Europa muito mais barato do que o gerado na França ou na Alemanha. Embora essa seja a principal estratégia, personalidades internacionais mantém ainda o antigo sonho de internacionalizar a Amazônia, que passaria a ser administrada por um organismo da ONU, ao qual competiria gerenciar a exploração de suas riquezas. Os incêndios e os desmatamentos são meros pretextos, nos quais estão embutidos os dois motivos: a ambição e a inveja. Enfim, o senhor Macron me decepciona com a pobreza e a falsidade do seu discurso.
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